9 de maio de 2013

A CHAVE ENCANTADA, IARA VALENTE




Naquele silêncio da noite, Miguel pensava na sua vida. Lembrara-se das palavras de seu pai, quando fez a sua última viagem de barco. O seu pai era marinheiro, era uma homem muito inteligente, que sabia coisas espantosas a respeito do mar. Todos os outros marinheiros o invejavam porque ele era o mais adorado pelo povo e, com todas as suas angústias, tentavam tirar-lhe a fama. E Miguel sempre desejou ser igual ao seu pai, por isso começou a ler o seu diário, na esperança de ser sábio como ele. Muitos capítulos do diário falavam de um tesouro que se encontrava numa gruta. O rapaz foi em busca do tesouro na caravela de seu pai.
 Ao fim de três dias de navegação, depara-se com uma grande tempestade que o levou até à gruta mencionada no diário. Era muito escura e assutadora, mas, apesar de algum medo, continuou a avançar. À medida que se ia aproximando, via uma luz muito intensa que o incentivava a continuar. Tudo estava muito tranquilo quando Miguel ouviu a água a mover-se e aí apercebeu-se que não estava sozinho naquela  gruta. Parou por uns momentos para ver se avistava alguém, mas nada... As águas estavam cada vez mais agitadas e de repente apareceu um tubarão que tinha um ar muito feroz. O rapaz tremia de medo e o tubarão estava esfomeado, por isso fez dele um prisioneiro. Miguel não pensava noutra coisa, senão no tesouro. Entretanto olhou  em redor e viu uma coisa muito brilhante... Era uma chave... Ele pensou que seria a chave para o tirar daquela sala escura que o impedia de procurar o tesouro, e vir a ser igual ao seu pai.
Experimentou na fechadura, mas, com enorme tristeza, percebeu que não era. Ele olhou de novo em redor, e viu uma janela no topo da sala. Era a única possibilidade de ele sair daquele lugar horrível. Amontoou umas coisas e conseguiu chegar ao topo. Conseguiu sair de lá. Afinal aquela chave brilhante era da “arca encantada”. Ele aproximou-se e abriu-a. Era a melhor coisa que lhe acontecera em toda a sua vida. Finalmente teria a oportunidade de ser igual ao seu pai.


Sem comentários: